VOCÊ É UM CRISTÃO SUPERSTICIOSO?

sexta-feira, 13 de novembro de 2009


Você se considera supersticioso? Ainda não sabe ao certo? Bem, nas linhas abaixo tentarei ajudá-lo(a) a responder a esta pergunta. Francisco da Silveira Bueno, em seu Grande Dicionário Etimológico-Prosódico da Língua Portuguesa, definiu "superstição" nestes termos: "falsa crença, temor reverencioso de certos objetos, gestos, palavras, animais considerados capazes de dar azar".


Talvez você nunca tenha pensado nisso, mas, a verdade é que a superstição está presente na vida do brasileiro desde o seu nascimento até a sua morte. Muitos acreditam, por exemplo, que se a barriga de uma gestante possuir um formato redondo, isso indica que nascerá uma menina. E se, por outro lado, a barriga for pontuda, o bebê será um menino. Além disso, acredita-se que enterrar o cordão umbilical de um recém-nascido na soleira da porta faz com que a criança seja caseira. Outros ainda crêem que se uma criança sorri enquanto dorme, é porque ela está conversando com um anjo. Já na fase mais adulta, dizem que a moça que varre bem a sua casa irá se casar com um homem bonito. Há também quem diga que coar café em meia usada pelo namorado dá em casamento (Isso se a namorada sobreviver após ter dado uns goles!). Além do mais, quem é que nunca ouviu falar que o noivo não deve ver a sua noiva vestida em traje nupcial antes do casamento, pois senão isso atrai azar ou infelicidade para o casal?! Ora, por fim, a nossa religiosidade brasileira, saturada de elementos religiosos sincréticos, ainda diz que o grasnar de um corvo anuncia a morte, que o doente que encomendar o próprio caixão custará a morrer e que sonhar com dente arrancado também prenuncia a morte.

E como se isso tudo já não bastasse, ainda temos que tomar cuidado para não passarmos debaixo de escadas, não quebrar espelho e não cruzar com gato preto, dentre tantas outras coisas, pois tudo isso dá azar. Por outro lado, se você quiser atrair a sorte, basta pendurar um galhinho de arruda na orelha, ter uma ferradura usada em casa, carregar um trevo de quatro folhas consigo, portar dentes de alho, levar uma figa, ou ainda trazer um pé de coelho, pois tudo isso dá sorte (menos ao coelho, é claro, que teve a sua pata amputada neste último caso!).

Contudo, a esta altura você deve estar se perguntando: "mas o que eu tenho a ver com tudo isso? Eu sou crente e, portanto, não tenho nenhuma dessas superstições". Bem, se você não possui nenhuma dessas superstições, acredito que, pelo menos, você conhece quem as têm. Porém, não são somente os não-crentes que são supersticiosos. O fato é que muitos crentes também possuem algumas superstições que, quando analisadas mais friamente, parecem não ser tão diferentes assim das citadas acima. Quer ver só?

Muitos cristãos evangélicos acreditam: que ser "cristão" significa ir à igreja aos domingos; que a oração feita pelo pastor tem mais "poder" que a oração feita por "membros comuns"; que quanto maior for o "grito" do pregador no púlpito durante a pregação, mais ungido ele é; que se as coisas estão dando errado na vida, é porque há algum "pecado oculto"; que falar em línguas durante o culto é sinal de espiritualidade; que quem se dirige ao monte para orar vê gravetos incandescentes; que para ouvir a voz de Deus em momentos difíceis, basta abrir a Bíblia aleatoriamente em qualquer página e, onde o seu dedo parar, é só ler o texto "divinamente indicado", pois Deus falará poderosamente; que pecados na área sexual, como o adultério, por exemplo, são mais graves do que outros tipos de pecado; que dizer as palavras mágicas: "o sangue de Jesus tem poder!", funciona como um mantra gospel que tem o poder de repelir os demônios; que os elementos da Santa Ceia, pão e vinho, são tão santos que todas as suas sobras, se houverem, devem ser literalmente enterradas depois da celebração litúrgica; que subir ao púlpito sem paletó e gravata diminui a unção do pregador (nesse caso, coitado de Jesus que não tinha nem um e nem o outro!); que deixar a Bíblia aberta em casa (e tem muito crente que faz isso!) afasta os demônios; que quanto mais ofertarem na Casa de Deus, mais "poder de barganha" terão com ele; que o culto só é abençoado quando sentem algum tipo de sensação espiritual, tal como um "arrepio" em alguma parte do corpo, por exemplo; e que, finalmente, Satanás e os demônios são os responsáveis por certos comportamentos negativos que os seres humanos apresentam, os quais, na verdade, são fruto do livre-arbítrio destes últimos. Daí repreenderem, por exemplo, os "espíritos" de inveja, medo, ódio, adultério, fofoca, mentira etc. Será que você não conhece ou nunca conheceu algum crente que possui estas falsas crenças ou esse temor reverente por tais crenças? Sinceramente, duvido que a sua resposta será "não".

Acredito que se tais superstições ainda florescem em muitas de nossas igrejas, isso ocorre porque o povo de Deus não está sendo ensinado como deveria nos rudimentos do Evangelho de Cristo. Onde a fé consistente em Cristo vascila - e a fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus (Rm 10.17) - aí crescem as ervas daninhas dessa nossa "superstição evangélica".

Curiosidades
ORIGEM DE ALGUMAS SUPERSTIÇÕES


Por que a sexta feira 13 é considerada o dia do azar?

Tudo indica que essa crendice vem de duas lendas da mitologia nórdica. De acordo com a primeira delas, houve, no Valhalla – a morada celestial das divindades –, um banquete para 12 convidados. Loki, espírito do mal e da discórdia, apareceu sem ser chamado e armou uma briga em que morreu Balder, o favorito dos deuses. Instituiu-se, então, a superstição de que convidar 13 pessoas para jantar era desgraça na certa e esse número ficou marcado como símbol do azar. A segunda lenda é protagonizada pela deusa do amor e da beleza, friga, cujo nome deu origem às palavras friadagr e Friday, “sexta-feira” em escandinavo e inglês. Quando as tribos nórdicas se converteram ao cristianismo, a personagem foi transformada em uma bruxa exilada no alto de uma montanha. Para se vingar, Friga passou a reunir-se, todas as sextas feiras, com outras 11 feiticeiras, mais o próprio satanás, num total de 13 participantes, para rogar pragas sobre a humanidade. Da Escandinávia, a superstição espalhou-se por toda a Europa, reforçada pelo relato bíblico da Ultima Ceia, quando havia 13 pessoas à mesa, na véspera da crucificação de Cristo – que aconteceu numa sexta-feira. No Antigo Testamento judaico, inclusive, a sexta-feira já era um dia problemático desde os primeiros seres humanos. Eva teria oferecido a maça a Adão numa sexta-feira e o grande dilúvio teria começado no mesmo dia da semana.

Como surgiu o costume de bater na madeira para afugentar o azar?

A versão original consistia em bater no tronco de uma arvore e sua origem mais provável pode estar no fato de os raios caírem freqüentemente sobre as arvores. Os povos antigos – desde os egípcios até os índios do continente americano – teriam interpretado este fato como sinal de que tais plantas seriam as moradoras terrestre dos deuses. Assim, toda vez que sentiam culpados por alguma coisa, batiam no tronco com os nós dos dedos para chamar as divindades e pedir perdão. “A s árvores são sagradas em todas as culturas e religiões: um símbolo universal do elemento de ligação entre o céu e a terra”, diz Maria Ângela de Almeida, teóloga da Pontífice Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Os celtas também eram adeptos desse costume: seus sacerdotes, os druidas, batiam na madeira para afugentar os maus espíritos, acreditando que as árvores consumiam os demônios e os mandavam de volta à terra. Já na Roma antiga, batia-se na madeira da mesa, peça de mobília também considerada sagrada, para invocar as divindades protetoras do lar e da família.

Por que o gato preto é considerado mau agouro?

A superstição teve origem na Idade Média, quando se acreditava que os felinos, devido a seus hábitos noturnos, tinham parte com o demônio – e se o bichano era da cor negra, habitualmente associada às trevas, pior ainda para ele. Assim, no imaginário medieval, o gato preto tornou-se tão inseparável da mística figura da feiticeira quano a vassoura voadora. No século XV, o papa Inocêncio VIII (1432-1492) chegou a incluir o pequeno animal na lista de perseguidos pela inquisição, campanha assassina da Igreja Católica contra supostas heresias e bruxarias. A perseguição atingiu seu auge na Inglaterra do século XVI, época de repentino aumento da população felina nas cidades. Consta que, em certa noite de 1560, em Lincolnshire, um gato preto foi ferido a pedradas. Encurralado, ele refugiou-se na casa de uma velhinha que costumava a dar abrigos a gatos de rua. No dia seguinte, essa pessoa também apareceu machucada – o que fez o povo local concluir que ela era uma bruxa e o gato, seu disfarce noturno. Nessa tentativa de combater o paganismo, a Inquisição inverteu uma tradição milenar, pois os gatos eram reverenciados como divindades, principalmente entre os antigos egípcios. Na França, a perseguição aos gatos durou até 1630, quando foi proibida pelo rei Luiz XIII (1601-1643). Há, no entanto, uma pesquisa do hospital de Long Island, nos Estados Unidos, que indica que, pelo menos para pessoas alérgicas, um contato com um gato preto pode ter péssimos efeitos. Isso porque os pêlos felinos dessa cor conteriam uma maior quantidade de substancias alérgicas.

Por que a ferradura é símbolo de boa sorte?

Há registros de que esse objeto já era considerado um amuleto poderoso desde a Grécia antiga. Primeiro, porque era feito de barro, elemento que os gregos acreditavam proteger contra todo mal. Além disso, seu formato lembrava a lua crescente, símbolo de fertilidade e prosperidade. Os romanos, herdeiros de boa parte das tradições gregas, adotaram também esta superstição e a passaram adiante. Os cristãos europeus, por sua vez, creditam sua origem a São Dunstan de Canterbury (924-988), monge e arcebispo inglês conhecido como grande estudioso da metalurgia, tendo aperfeiçoado as tecnicas de fabricação de sinos – além de ser músico e pintor. Segundo a lenda, Dunstan teria colocado ferradura no próprio demônio e somente as tirou depois de ouvir as promessas do capeta de que nunca mais se aproximaria do objeto. A tradição manda colocar ferradura no alto da porta, com as pontas viradas para cima, se não a sorte vai embora. Mas há países, como a Espanha, em que acredita-se que a ferradura deve apontar para baixo, para que a sorte se espalhe por toda a casa.

Quebrar espelho traz azar?

Outra superstição bem conhecida diz que se alguém quebrar um espelho vai ter 7 anos de azar. Esta crença remonta a milhares de anos, quando se acreditava que a imagem de uma pessoa, seja numa pintura ou um reflexo, era parte dela e qualquer coisa que acontecesse com a imagem, sucederia a ela.

Porque deseja-se “saúde” quando se espirra?

Quando se espirra diz-se “gesundheith” – que em alemão quer dizer “boa saúde para você” ou, como dizemos, “Deus te abençoe”. Porque não oferecemos uma oração a quem tosse, só a quem espirra? Esta crença também é muito antiga, quando se acreditava que o espírito do indivíduo morava em sua cabeça, e um bom espirro poderia faze-lo ir embora. A idéia corrente era que os espíritos maus andam rodeando, tentando entrar na cabeça da pessoa, e seus amigos deveriam dizer uma prece para manter os espíritos maus longe.Daniel Cohen também dá outra ilustração sobre a antiga crença de que os espíritos poderiam sair do corpo: “Quando se espirra, deve-se cobrir o nariz com um lenço. É uma questão de bom senso porque o espirro espalha germes. Mas por que razão cobre-se a boca com um lenço quando se boceja? Não fazer isso é considerado grosseiro, embora o bocejar espalhe poucos ou nenhum germe. Este hábito também começou a milhares de anos, quando o homem tinha medo que seu espírito poderia escapar pela boca aberta ou que algum espírito mau pudesse entrar. Assim tapava a boca com a mão. Em nossa época esta crença antiga mudou. Há pais que dizem aos filhos para cobrir a boca ao bocejar, senão pode entrar um mosquito.

Liberte-se

O povo Brasileiro precisa urgentemente ser liberto das crendices que assolam a sua vida espiritual. A única pessoa que leva vantagem em tudo isto é o inimigo de nossas almas: o diabo, nosso adversário. A Bíblia diz que ele cegou o entendimento dos incrédulos (II Co. 4:4). Por outro lado, Jesus, veio para nos libertar das crendices e superstições. O diabo prende as pessoas debaixo do medo desses espíritos, mas a Bíblia nos diz que o Filho de Deus se manifestou para destruir as obras do diabo (I Jo. 3:8). O único poder que pode libertar verdadeiramente o ser humano é a verdade através do evangelho de Cristo, pois ele mesmo disse: “e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” (Jô. 8:32). Você não precisa viver mais dependendo de rezas, encantamentos, amuletos, plantas, rogos ou qualquer espécie de artifício para afugentar o mal. Não precisa ir mais na benzedeira para “trancar o corpo” ou coisa parecida, tão somente deixe Jesus entrar em seu coração e você verá que nada disso atinge um verdadeiro servo de Deus, um cristão de verdade. A Bíblia chega mesmo a dizer que “Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não vive pecando; antes o guarda aquele que nasceu de Deus, e o Maligno não lhe toca.” ( I Jo. 5:18).



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Fonte: Site Guia-me por Carlos Augusto Vailatti  e site CACP





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