ESBOÇO DO LIVRO DE ATOS

domingo, 20 de setembro de 2009

    INTRODUÇÃO - A questão da data e esboço
É necessário fazer uma breve observação sobre a data do livro. Várias alternativas têm sido propostas para seu tempo de produção. Mas nos parece bem ajustado o comentário encontrado na Bíblia Século 21:
O livro de Atos parece ter sido escrito mais ou menos na época da primeira prisão de Paulo. A narrativa da viagem de Paulo rumo à prisão em Roma encerra o livro. Não se entrevê em Atos nem a segunda prisão nem o martírio de Paulo. É muito grande a probabilidade de que Lucas o escrevera quando estava junto com Paulo em Roma, conforme nos fazem entender as seções “nós” .

Este comentário parece ajustado porque além de se encerrar com Paulo na primeira prisão em Roma, o que sucedeu entre os anos 57 a 60, o livro ignora seu martírio, que teria ocorrido entre os anos 64 e 67, bem como a destruição de Jerusalém, no ano 70. O livro se fecha com Paulo em prisão domiciliar em Roma. Por isso, sobre sua provável data de redação, ficamos com as palavras de Crabtree: “Todas as investigações sobre a data de Atos convergem para o curto período de 63 a 66” . É provável que tenha sido antes de 64, pois nessa data sucedeu o incêndio de Roma e se iniciou a grande perseguição de Nero. Lucas, um historiador, ignora ambos os eventos.

Para encerrar esta visão geral do livro de Atos, se faz necessário ter um esboço da obra diante de nós porque ele nos ajudará a ver as partes do todo e entender como a história se desenrola.

Dentre os muitos esboços propostos, escolhemos o de Charles Talbert, conforme apresentado em uma revista teológica , e, recomendamos, sua leitura atenta para se ter um bom vislumbre do que é narrado em Atos:

I. ATOS 1-5 – A igreja primitiva em Jerusalém

1. O prefácio literário: 1.1-5

2. Narrativas preparatórias para o Pentecostes: 1.6-26

3. Pentecostes: cap. 2

4. Pregando o evangelho em Jerusalém: caps. 3 a 5


II. ATOS 6.1-13.33 – Os helenistas e o início da missão aos gentios

1. A escolha dos sete: 6.1-7

2. A história de Estêvão: 6.8-8.3

3. A missão em Samaria: 8.4-40

4. O interlúdio paulino: 9.1-31

5. Pedro trabalha nas cidades costeiras: 9.32-11.18

6. Os helenistas chegam a Antioquia: 11.19-30

7. Término das narrativas em Jerusalém: cap. 12

8. A igreja de Antioquia envia os primeiros missionários à diáspora: 13.1-3

III. ATOS 13.4-15.30 – A primeira missão paulina e suas conseqüências

1. A primeira jornada missionária: 13.4-14.28

2. A conferência de Jerusalém: 15.1-35

IV. ATOS 15.36-21.16 – A missão grega de Paulo

1. A primeira missão paulina em território grego: 15.36-18.22

2. A segunda missão paulina em território grego: 18.23-21.16

V. ATOS 21.17-28.31 – A estrada para Roma

1. Em Jerusalém: 21.17-23.25

2. Em Cesaréia: 24.1-26.32

3. A viagem para Roma: 27.1-28.16

4. Paulo em Roma: 28.17-31

Com este esboço em mente, veremos os grandes temas de Atos. Sendo um livro de conteúdo tão diversificado, fica difícil fazer algo conciso. O esboço nos ajudará em nossa caminhada. Não analisaremos o livro capítulo por capítulo, em ordem, como eles aparecem. O espaço não nos permite. Também, não seguiremos o esboço, mas este nos permite ver os assuntos do livro. Em nosso plano de trabalho, veremos seus tópicos principais, procurando expor o ensino geral do livro, de modo a compreendermos seu sentido e nos aprofundarmos no conhecimento da Palavra de Deus. E, além da análise do significado dos eventos, procuraremos ver como isto nos afeta, o que tem a ver com nossa vida. Não basta estudar a Bíblia. É preciso aplicar a Bíblia à nossa vida.

INTRODUÇÃO - A questão geográfica


É necessário observar, também, os limites geográficos do livro porque eles nos mostram que há um rumo literário e teológico na sua estrutura. O livro começa com o cristianismo em Jerusalém (1.12), ainda como um movimento judaico (em 24.5, já no final da obra, o cristianismo ainda é chamado de “seita dos nazarenos”). Os próprios seguidores de Jesus se viam como uma seita judaica e se intitulavam “os do Caminho” (9.2 e 22.4). Só a partir de Antioquia, em Atos 11.26, é que os seguidores de Jesus foram chamados “cristãos”. Em Atos 15 é que sucede a ruptura teológica com o judaísmo, com a igreja definindo claramente o que ela assumiria do Antigo Testamento. Ela e o judaísmo se separam ali.

O livro começa em Jerusalém e termina em Roma (28.14-31). Geograficamente, este é o roteiro: de Jerusalém a Roma. Lucas mostra como o cristianismo, saindo da obscura Jerusalém, chegou à capital do mundo da época. Em 27.24, Paulo diz ter recebido a visita de um anjo que lhe disse que era necessário que ele comparecesse diante de César, obviamente em Roma. A cidade estava prevista como ponto de chegada do livro.

A estrutura geográfica não é o fundamental, mas é um dado a mais para nos ajudar a compreender melhor a obra. Ela nos ajuda a ver que Atos é um livro de testemunho da fé em Jesus. Partindo de Atos 1.8, que é uma variação da Grande Comissão (Mt 28.18-20) e do Ide (Mc 16.15), o livro mostra a difusão do nome de Jesus em Jerusalém, Judéia e Samaria e “até os confins da terra”. Esta expressão, no seu contexto da época, significa Roma e o império romano.

A estrutura geográfica segue, então, nestes termos:

– Testemunho em Jerusalém – capítulo 1 a 7;

– Testemunho da Judéia e Samária – capítulo 8 a 12;

– Testemunho até os confins da terra (Roma) – capítulo 13 a 28.

Com estas considerações, podemos entender melhor uma observação de Keener, que nos ajudará na compreensão do objetivo do livro. Eis o seu comentário:

“Todo o Livro de Lucas é estruturado ao redor da evangelização mundial (1.8), com seis ou oito depoimentos sumários através do livro mostrando a dispersão do evangelho (ver 6.7; 9.31; 12.24; 16.5; 19.20; 28.31). Para Lucas, o objetivo último é a comunicação transcultural e a evangelização mundial, e o poder requerido para realizar a tarefa é somente o Espírito Santo” .

Isto explica por que Atos termina de forma abrupta, diferente do Evangelho, que termina de modo mais tranqüilo. Cogita-se se Lucas teria em mente um terceiro volume ou se Atos foi preparado apenas para a defesa de Paulo em Roma. Não se tem notícia de um terceiro volume nem mesmo de alguma tentativa de Lucas de empreendê-lo. E presumir que o livro tenha sido preparado apenas para servir de defesa de Paulo se choca com todo o seu conteúdo, com o prefácio de Lucas, e a conexão do livro com o terceiro Evangelho.
O livro termina onde tem de terminar, em Roma. O evangelho chegou a Roma. De lá, ganhará o mundo. Stagg compreendeu este objetivo de Lucas, ao comentar que o livro termina sem dar qualquer informação sobre o resultado do julgamento de Paulo, deixando a obra em suspenso. Ele afirma que:


“Encerrando a história sem nos relatar o dito resultado, Lucas fez exatamente aquilo que costumava fazer através de todo o livro, ao tratar de muitas outras personalidades. Ele estava bem mais interessado nos sucessos e avanços do Cristianismo do que em pessoas” .

Para Stagg, o livro foi escrito para mostrar o avanço inicial do cristianismo. Para outros, o livro não foi terminado porque a história da igreja ainda está sendo escrita em nosso tempo. Mas, é pouco provável que Lucas quisesse instruir Teófilo, dizendo-lhe que a pregação do evangelho ainda duraria milênios. Esta posição é projetar idéias no propósito literário do escritor. E parece que muitos estudiosos, hoje, sabem melhor que o autor bíblico o que ele queria dizer. A questão é: o que Lucas teria interesse em relatar a Teófilo, instruindo-o na fé? Esta pergunta deve estar em nossa mente quando nos propomos a discutir o propósito do autor, bem como o rumo tomado em seu escrito. O destinatário primeiro do livro foi Teófilo, não a igreja do século 21.

Mas de qualquer maneira, os dois limites geográficos aí estão, e são bem perceptíveis: de Jerusalém a Roma. Do seu nascedouro ao centro do mundo. O término, se nos parece abrupto, é, também, impactante. A inexpressiva seita chegou à capital do mundo. Anos mais tarde, ao escrever a carta aos filipenses, Paulo dirá: “Todos os santos vos saúdam, especialmente os que são da casa de César” (Fp 4.22). Já havia cristãos no palácio do imperador. O cristianismo chegara, definitivamente, a Roma, e começara a tomar o império de dentro do palácio. “Ser-me-eis testemunhas” (At 1.8) é o coração do livro de Atos. E o testemunho aconteceu.

Parte II

INTRODUÇÃO - A questão do autor


O autor começa dizendo “fiz o primeiro tratado, ó Teófilo” (1.1). Com esta frase, somos remetidos ao Evangelho de Lucas 1.3, onde o evangelista dedica sua obra a um “excelentíssimo Teófilo”. O adjetivo indica alguma autoridade romana, presumivelmente um militar. A nota de rodapé da King James comenta que Teófilo (“querido por Deus” ou “que ama a Deus”, em grego e latim) “foi um militar de alta patente do exército romano que, convertido ao Senhor, patrocinou a pesquisa e publicação deste relatório fiel sobre a vida e a obra de Jesus” . Assim, é possível deduzir que o autor de Atos é o mesmo autor do Evangelho de Lucas, embora em momento algum ele decline seu nome em qualquer uma das duas obras.

Eusébio, autor de “História Eclesiástica”, obra datada por volta do ano 235 de nossa era, atribui a Lucas a autoria do Evangelho que leva seu nome e do livro de Atos. Mas já ao redor do ano 200, Tertuliano, um dos líderes da igreja, havia mencionado a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos e a oração de Pedro no eirado (At 10.9) como constantes no comentário de Lucas (que se entende ser o livro de Atos). Mas a informação mais antiga a favor da autoria de Lucas para o terceiro Evangelho e Atos vem do “Cânon Muratoriano” ou “Cânon Muratório”, uma obra datada em cerca de 170 de nossa era, que declara, especificamente, que Lucas escreveu os dois livros. Parece que a igreja primitiva não nutriu dúvida de que Lucas fosse o autor do terceiro Evangelho e do livro de Atos.

Além disto, temos a questão do estilo literário. Segundo Oscar Cullmann, considerando os dois livros, “o vocabulário, a linguagem, o estilo e as idéias teológicas são os mesmos” . A obra é de Lucas e o plano de trabalho é o mesmo. Há, claramente, uma seqüência entre os dois. O que Jesus disse que a igreja deveria fazer (Mt 28.19), ela faz neste livro.

Em Colossenses 4.14, lemos que Lucas estava com Paulo, que o chama de “médico amado”. Lucas mostra interesse e conhecimento das doenças (Lc 4.38; 8.43-44; At 3.7; 12.23; 13.11; 20.7-11 e 28.3-8). Podemos, então, compreender que há um relacionamento entre Paulo que, como modelador das igrejas tinha muitas informações, e Lucas. Este acompanhou o apóstolo em alguns momentos, como o texto bíblico deixa claro. E Fabris, em uma obra sobre Paulo, faz esta observação bem pertinente:

“A comparação entre o que Paulo diz e o relato lucano nos Atos pode ser feita numa sinopse em que a ordem de sucessão dos fatos referidos por um se enquadra com a ordem de sucessão dos fatos apresentada pelo outro” .

Fabris reconhece divergências, mas elas parecem ser mais de interpretação pessoal feita pelos dois (Paulo e Lucas) do que diferença de substância dos eventos. Isto vem corroborar a idéia de que Paulo estava entre as fontes de que Lucas se valeu para compor, se não o Evangelho, pelo menos o livro de Atos.

Uma questão deve ser levantada sobre o título do livro, “Atos dos Apóstolos”. Quais apóstolos, exatamente? O livro não narra as atividades de todos eles. Não é um relato das atividades dos doze. Pedro, o apóstolo mais falante e que parecia ser o líder, desaparece de cena depois do capítulo 15. Tiago, irmão de João, tem a morte anunciada em Atos 12, e nada mais é dito sobre ele. Tiago, que era o pastor da igreja de Jerusalém, faz uma proposta em Atos 15.13-21, e depois também desaparece. Paulo surge como Saulo, em 7.58, ocupa a maior parte do espaço, mas fica claro que o livro não é uma biografia sua.

Na realidade, o personagem principal é o Espírito Santo. Vejam-se as passagens de 2.4, 5.9, 5.32, 7.55, 8.15 e 39, entre muitas outras. Por isso, um título melhor para o livro é Atos do Espírito Santo. Cullmann diz que o livro de Atos mostra “a ação poderosa do Espírito Santo na primeira comunidade cristã, e por ela, no mundo em redor” . O Espírito age na igreja e, por meio dela, age no mundo. Ele é a figura principal do livro, dando testemunho de Jesus e impulsionando a obra missionária pelo mundo.

Pierson escreveu uma excelente obra sobre o livro de Atos em que emprega como eixo hermenêutico (o fio condutor para se entender o sentido do livro) a promessa de Jesus de enviar o Espírito Santo. Ele liga esta promessa à descida do Espírito, em Atos 2 e, a partir daqui, interpreta todo o livro pela ação do Espírito. A obra tem onze capítulos, contando a conclusão, e em todos eles o Espírito é o tema central e o sujeito do título. Ele começa seu livro com o discurso de Jesus sobre a vinda do Consolador, e delineia sua linha de interpretação, dizendo que “o curioso e significativo é que aquilo que encontramos no evangelho, em forma de preceitos ou ensinos, reaparece em Atos na forma de prática ou exemplo” .

Em outras palavras, no Evangelho, temos o ensino e os conceitos exarados por Jesus sobre o Espírito, prometendo sua vinda. Em Atos, temos o relato da sua vinda e a descrição de seu ministério e seus atos. Por isso, ele defende a idéia de que o melhor título do livro é “Atos do Espírito Santo”. Uma melhor conexão entre os evangelhos e Atos pode ser exposta assim: Mateus é o Evangelho do Rei, Marcos é o Evangelho do Servo, Lucas é o Evangelho do Filho do Homem, João é o Evangelho do Filho de Deus e Atos é o Evangelho do Espírito Santo, embora não narre a vida de Jesus. Mas, curiosamente, em Atos há pouquíssimas referências aos Evangelhos. Há apenas uma citação textual que Jesus fez, durante sua vida na terra: “Coisa mais bem-aventurada é dar do que receber” (At 20.35).

Parte III

INTRODUÇÃO

Atos dos Apóstolos é um livro de relevância ímpar para a igreja de nossa época. Esta relevância não é por abordar questões doutrinárias que a igreja debate, mas porque é a primeira história escrita sobre a igreja. Segundo Crabtree:

“Fora das epístolas, é o único [livro] que conta a história da época apostólica primitiva, da vinda do Espírito Santo, do estabelecimento da poderosa Igreja de Jerusalém, e da expansão do evangelho até Samaria e aos confins do Império Romano”.

É evidente que não temos aqui, uma história objetiva, imparcial (se é que existe isto) apenas com o levantamento de dados porque a história da igreja primitiva é muito maior e muito mais rica que o livro de Atos nos mostra. Nas palavras de Storniolo:
“São as raízes da Igreja, ao mesmo tempo da sua existência e dos seus problemas. É a etapa intermediária, entre a atividade de Jesus e vida das comunidades que, pouco a pouco, irão formando a fenômeno que hoje temos como Igreja”.

Esta observação é muito boa porque nos relembra que Atos, também, narra os problemas da igreja da época. Vez por outra ouvimos alguém clamar por um retorno “à pureza e à simplicidade da igreja primitiva”, como se algum momento a igreja tivesse existido sem problemas internos e sem impurezas. Ananias e Safira estão no capítulo 5, e a murmuração (mais conhecida entre nós como fofoca) já surge no capítulo 6. Atos e as epístolas mostram que a igreja sempre foi um evento muito complexo e que as impurezas, tanto doutrinárias quanto morais, sempre estiveram presentes em sua vida. Não se deve pensar num evolucionismo teológico, em que a igreja saiu do estágio de uma ameba para uma vida mais complexa e mais perfeita. Os cristãos atuais não corromperam e desvirtuaram a igreja, nem a tornaram de algo simples em algo complexo. Na escolha dos doze, feita por Jesus, havia um homem chamado Judas. Os discípulos, durante o ministério terreno do Salvador, já lutavam por espaço e grandeza. A história da comunidade de Jesus é uma história de pecadores. A igreja é composta de pecadores. Numa expressão bem-humorada de Peterson:

“Nenhuma igreja jamais existiu em estado puro. É composta de pecadores. As pulgas acompanham o cachorro” .

Em uma frase de Lutero, “a face da igreja é a face do pecador”. Sim, nós nos tornamos a igreja, mas nossos pecados nos acompanham. Porém, o Espírito Santo a dirige e a tem conduzido de maneira vitoriosa ao longo dos milênios, apesar de todos os desacertos dos cristãos.

O autor de Atos não se declara, mas sempre foi entendido como sendo um médico chamado Lucas. Não é um historiador imparcial, mas é partidário declarado do movimento. Isto não diminui sua obra. Pelo contrário, até. Sendo partidário do movimento, ele não somente pesquisou, mas se envolveu com seus eventos, viveu-os, sofreu por eles. Isto fez dele um pesquisador não distante do ocorrido, mas uma testemunha ocular. Muitas vezes, a narrativa surge na primeira pessoa do plural, “nós”. Ele esteve lá. Ele viu. Recebeu informações que repassou mas, também, viveu muitos dos eventos que relata em sua obra. Isto faz do livro uma obra significativa. Parte dele foi escrita em campo de batalha por um dos soldados. Ou por um médico dos soldados. E não num gabinete, por um pesquisador incapaz de compreender o impacto dos eventos na vida das pessoas. Ele sabe do impacto do evangelho. Ele o experimentou.

Embora seja história, Atos, também, é um documento de fé. Isto também é positivo. É um documento espiritual. Neste comentário, além de considerá-lo assim, também o consideramos como sendo uma revelação de Deus. Cremos que é um documento inspirado pelo Espírito Santo de Deus. Lucas foi seu autor humano, mas o Espírito foi seu autor primeiro. Assim o trataremos. Não é uma história seca e imparcial. É uma história de fé e parcial. Parcial porque escrita por quem tinha fé e inspirada por quem produz a fé. A história de nossos ancestrais na fé está contida neste livro.

Atos foi escrito com elegância literária, em estilo elevado. Mostra ser uma obra bem construída e bem documentada. É um documento de fé, mas não é uma obra mal feita, irracional e irrefletida, produzida por um simpatizante simplório e desprovido de senso crítico. Fica claro que seu autor é uma pessoa bem preparada intelectualmente, culta, com bom vocabulário e domínio da arte de escrever, alem de se expressar bem em um grego elevado. Isto em termos de forma. Em termos de conteúdo, é uma obra da parte de alguém que conheceu o evangelho de Jesus e se rendeu a ele. E este comentário é de um autor, também rendido a Jesus e ao seu evangelho, apaixonado pela igreja, cuja história é narrada em Atos nos seus passos iniciais. E este autor confessa ser fascinado pela obra de Lucas.

O livro de Atos é uma obra histórica parcial, foi dito e repetido. E este comentário sobre Atos é uma obra parcial. Não se propõe a ser um trabalho científico, no sentido de imparcialidade (se é que isto existe). Pode seguir regras de interpretação, de redação, de estruturação do pensamento. Mas foi escrito para ajudar na fé no Senhor Jesus e na compreensão maior do seu evangelho. Se isto for alcançado, ficarei satisfeito, porque Atos foi escrito para esclarecer sobre o evangelho e a igreja. E este comentário também.



Isaltino Gomes Coelho Filho
Fonte: Site oficial da Convenção Batista Brasileira

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