A EXCLUSÃO DENTRO DE NOSSAS IGREJAS

quarta-feira, 4 de novembro de 2009


Vou começar essa postagem citando um frase encontra na revista Ultimato: " Para se matar um crente ferido, bastava apenas entregá-lo a seus compatriotas evangélicos, pois com certeza terminariam o serviço."

A exclusão ou o processo de disciplina dentro da igreja  produz muitas vezes um resultado de morte espiritual e abandono emocional comparável ao abandono sofrido pelos meninos de ruas dentro de nossa sociedade. Não estou aqui levantando a bandeira da não disciplina mas apenas questionando de que forma ela vem sendo feita dentro do nosso meio. Alguns colocam a disciplina como algo que deve ser feito apenas aos "pecadores" por terem praticado algum pecado de cunho sexual. Mas a disciplina é para todos


Eis o que a Bíblia diz: “Estais esquecidos da exortação que, como a filhos, discorre convosco: Filho meu, não menosprezes a correção que vem do Senhor, nem desmaies quando por ele és reprovado; porque o Senhor corrige a quem ama, açoita a todo o filho a quem recebe. É para disciplina que perseverais (Deus vos trata como a filhos); pois, que filho há a quem o pai não corrige? Mas se estais sem correção, de que todos se têm tornado participantes, logo sois bastardos, e não filhos. Além disso, tínhamos os nossos pais segundo a carne, que nos corrigiam e os respeitávamos, não havendo de estar em muito maior submissão ao Pai dos espíritos, e então viveremos? Pois eles nos corrigiam por pouco tempo, segundo melhor lhes parecia; Deus, porém, nos disciplina para aproveitamento, a fim de sermos participantes de sua santidade. Toda disciplina, com efeito, no momento não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois, entretanto, produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados, fruto de justiça”, (Hb. 12:5-11).


Há os que pensam que a disciplina eclesiástica só poderá ser aplicada aos “pecadores”, assim qualificados por terem praticado algum pecado sexual. Entretanto, a disciplina bíblica é mais abrangente do que isso. Na verdade, todos(as) os(as) filhos(as) de Deus participam da Sua disciplina: “Mas se estais sem correção de que todos se têm tornado participantes, logo sois bastardos, e não filhos”, (Hb. 12:8). Ora, somos participantes da correção de Deus, porque somos de Sua filiação, visando sermos também participantes da Sua santidade, (Hb. 12:10).

Aquilo que de forma errada é tratada pode prouzir sequelas e traumas profundos e até irreversíveis.
Li que algumas por não dominarem certas técnicas de cura interior ou de processo de libertação acabam produzindo patologias que levam muitos a se submeterem até mesmo a tratamento piscológico.

Li um texto que acho que exprime bem como devemos proceder na questão disciplinar dentro das igrejas.
Vamos por parte: Métodos errados de disciplina dentro da igreja:

 Primeiro Método Errado:


Convocar imediatamente a igreja para ação disciplinar

Segundo o texto bíblico de Mt. 18:15-22, alguns passos iniciais devem ser dados “antes” da Igreja-Corpo Local ser comunicada sobre o fato problemático, para que ela posteriormente cuide do caso:

1º. Passo: Repreenssão particular

“Se teu irmão pecar [contra ti], vai arguí-lo entre ti e ele só...” - se ele ouvir estará tudo resolvido. Não haverá necessidade de outras pessoas, ou até da Igreja-Corpo Local, tomar conhecimento do fato problemático.

2°. Passo: Repreenão paarticular com rol de testemunhas


“... se não te ouvir toma ainda contigo uma ou duas pessoas, para que pelo depoimento de duas ou três testemunhas, toda palavra se estabeleça”, (compare com Dt. 19:15; 1 Tm. 5:19; 2 Co. 13:1; Hb. 10:28; Jo. 8:17).

3º. Passo: Comunicação à igreja local

“... e, se não os atender, dize-o à Igreja...” (ou aos seus líderes).

4º. Corte particular de Comunhão:

“... se recusar ouvir também a Igreja, [ou aos seus líderes] considera-o gentio e publicano...”. Salientamos que é a pessoa ofendida, após três passos iniciais, sem nenhuma pressa, quem considera o ofensor como sendo “gentio e publicano”, ou seja, alguém com o qual foi impossível re-estabelecer a comunhão. Somente depois desses quatro passos iniciais, (incluindo o corte particular de comunhão), é que a Igreja-Corpo Local deve entrar em ação e cuidar exaustivamente do caso. Veja bem: Esse texto bíblico trata de divergências entre “irmãos”, sendo que o Senhor Jesus Cristo concede a liberdade e autoridade para o ofendido buscar o ofensor, claro que com o espírito cristão de mansidão, (Gl. 6:1,2).

B. Segundo Método errado:


Limitar o tempo de disciplina

Quando limitamos o tempo de disciplina de uma pessoa, na verdade estamos subestimando a ação do Espírito Santo na recuperação do ofensor. Seria mais sensato analisar caso a caso, e esperar no Espírito Santo uma direção particularizada.
C. Terceiro Método errado


Disciplinar mesmo havendo confissão e arrependimento

Ora, a disciplina não é para quem confessa e abandona seu pecado, demonstrando assim seu verdadeiro arrependimento. Mas, a disciplina destina-se aos cínicos que não querem o verdadeiro arrependimento, uma mudança de vida. A Palavra de Deus ensina: “Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos outros, para serdes curados.

2. Métodos corretos de disciplina:


A. Admoestação pública:

A palavra “admoestar” significa confrontar com a verdade (grego: nouthesis), e é um dos métodos orientados pelo Espírito Santo para a ação disciplinar: “E certo estou, meus irmãos, sim, eu mesmo, a vosso respeito, de que estais possuídos de bondade, cheios de todo o conhecimento, aptos para vos admoestardes uns aos outros”, (Rm. 15:14 - itálico do autor).
B. Reprovação pública ou particular

A palavra “reprovar” significa “censurar as obras malignas realizadas através dos homens”. Vejamos o que diz a Bíblia: “Não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; antes, porém, reprovai-as”, (Ef. 5:11). “Prega a Palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina”, (2 Tm. 4:2). “Dize estas cousas; exorta e repreende também com toda a autoridade. Ninguém te despreze”, (Tt. 2:15; compare com Tt. 1:9,13; 1 Tm. 5:20).

C. Exclusão:

A exclusão é o ultimo recurso da disciplina, sendo aconselhada somente em casos extremos.  Mas agora vos escrevo que não vos associeis com alguém que, dizendo-se irmão, for impuro, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com esse tal nem ainda comais. Pois, com que direito haveria eu de julgar os de fora? Não julgais vós os de dentro? Os de fora, porém, Deus os julgará. Expulsai, pois, de entre vós o malfeitor”, (1 Co. 5:9-13 - itálico do autor; compare com Gl. 6:1,2).

3. Objetivos da disciplina:


A. Glorificar o Senhor:

“Portanto, quer comais, quer bebais, ou façais outra cousa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus”, (1 Co. 10:31).

B. Restaurar o ofensor:

“Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o, com o espírito da brandura; e guarda-te para que não sejas também tentado”, (Gl. 6:1; compare com Mt. 18:15; 2 Co. 2:1-11).

C. Manter o temor do Senhor:

“Quando aos que vivem no pecado, repreende-os na presença de todos, para que também os demais temam”, (1 Tm. 5:20; compare com At. 5:1-11).
Não obstante, encontramos nas Escrituras “apenas”quatro motivos para a disciplina. Haverá ação disciplinar quando houver violação:


Motivos para promoção de disciplina:
A. Amor Cristão( ofensas particulares):

“Se teu irmão pecar [contra ti], vai argüí-lo entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão. Se porém, não te ouvir, toma ainda contigo uma ou duas pessoas, para que, pelo depoimento de duas ou três testemunhas, toda palavra se estabeleça, e, se ele não os atender, dize-o à Igreja; e, se recusar ouvir também à Igreja, considera-o como gentio e publicano”, (Mt. 18:15-17).

B. Unidade Cristã(Cismas, dissensões, partidarismo):

“Rogo-vos, irmãos, que noteis bem aqueles que provocam divisões e escândalos, em desacordo com a doutrina que aprendestes; afastai-vos deles, porque esses tais não servem a Cristo Nosso Senhor, e, sim, a seu próprio ventre; e, com suaves palavras e lisonjas enganam os corações dos incautos”, (Rm. 16:17,18; compare com Tt. 3:10,11).

C. Ética Cristã(Conduta Errada):

“Andemos dignamente, como em pleno dia, não em orgias e bebedices, não em desonestidade e dissoluções, não em contendas e ciúmes”, (Rm. 13:13). “Por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, porque somos membros uns dos outros”, (Ef. 4:25).

D. Doutrina Cristã (Heresias , apostasia):

“Mantendo fé e boa consciência, porquanto alguns, tendo rejeitado a boa consciência, vieram a naufragar na fé. E dentre esses se contam Himeneu e Alexandre, os quais entreguei a Satanás, para serem castigados, a fim de não mais blasfemarem”, (1 Tm. 1:19,20). “Se alguém ensina outra doutrina e não concorda com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo, e com o ensino segundo a piedade, é enfatuado, nada entende, mas tem a mania por questões e contendas de palavras, de que nascem inveja, provocação, difamações, suspeitas malignas, altercações sem fim, por homens cuja mente é pervertida, e privados da verdade, supondo que a piedade é fonte de lucro”, (1 Tm. 6:3-5).

5. Agentes da disciplina:

A. O Senhor:

“Eis a razão porque há entre vós muitos fracos e doentes, e não poucos que dormem. Porque, se nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. Mas, quando julgados, somos disciplinados pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo”, (1 Co. 11:30-32). “O homem que muitas vezes repreendido endurece a cerviz, será quebrantado de repente sem que haja cura”, (Pv. 29:1; compare com At. 5:1-11; Hb. 12:5-11).

B. O Presbítero( Disciplina Delegada):

“Lembrai-vos dos vossos guias, os quais vos pregaram a palavra de Deus; e, considerando atentamente o fim da sua vida, imitai a fé que tiveram (...) Obedecei aos vossos guias, e sede submissos para com eles; pois velam por vossas almas, como quem deve prestar contas, para que façam isto com alegria e não gemendo; porque isto não aproveita a vós outros”, (Hb. 13:7,17; compare com 1 Tm. 5:1,2,17).

C. A Própria Pessoa (Auto disciplina):

“Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos na verdade correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis. Todo atleta em tudo se domina; aqueles, para alcançar uma coroa corruptível; nós porém, a incorruptível. Assim corro também eu, não sem meta; assim luto, não como desferindo golpes no ar. Mas esmurro o meu corpo, e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado (...) porque se julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados”, (1 Co. 9:24-27; 11:31).

Assim, a Igreja de Cristo deve sempre ser submissa aos princípios bíblicos da disciplina eclesiástica, e sempre fugir dos preconceitos religiosos, meramente humanos. Porquanto, enquanto estivermos vivendo na revelação da Palavra de Deus, inclusive sobre esse assunto, muitos serão atingidos pela Graça divina, e Ele será amplamente glorificado.

Não podemos jamais esquecer: A Graça é o trilho de ação de Deus. Esse também deve ser o caminho da Igreja de Cristo.

Não acredito em uma nova reforma, mas creio no poder transformador do efeito conversão, e com certeza precisamos “converter” e reformular nossa forma de “ser” igreja, manifestando a multiforme sabedoria de Deus unilateralmente.



Penso que, “Como podemos falar de amor, ao ponto de que as calçadas de nossas denominações estejam cheias de meninos de Rua da Igreja, a mendigar um pouco de afeto e adoção?”

O primeiro passo que devemos dar para uma reestruturação na igreja, relativo à sua função social, é começar com uma “arrumação” severa em nossa casa.

Fonte: Revista Ultimato e Blog da Nana & do Xandy.

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